O Diabetes Mellitus é uma doença que cursa com hiperglicemia crônica decorrente da falta de produção e/ou ação da insulina. Com o Dia Nacional da Saúde comemorado em agosto, aproveitamos para falar um pouco sobre essa doença tão séria que atinge nossa população.

Configura-se atualmente como uma epidemia mundial. A doença afeta 1 em cada 11 indivíduos adultos, segundo dados IDF (International Diabetes Federation, 2015). Em 1980 tínhamos 108 milhões, ou seja, quadruplicamos o número de portadores da doença. No Brasil ela já afeta mais de 16 milhões de pessoas (8,1%). Quase 50% desta população não recebeu diagnóstico, o que retarda o tratamento e piora o prognóstico. 73% da população brasileira com diabetes não apresenta controle adequado, o que é mais um fator de aumento de gravidade da doença.

EPIDEMIA QUE CRESCE

Esta epidemia está intimamente ligada ao aumento de alguns fatores: obesidade, que já atinge mais de 50% da população adulta; sedentarismo, cada vez maior em nossa sociedade e hábitos alimentares pouco saudáveis, decorrentes da urbanização da população, entre outros.

O Diabetes pode ser causa de uma série de complicações de grandes e pequenos vasos (micro e macrovasculares). O nível de morbidade e mortalidade aumentam então, determinando impacto negativo sobre sociedade e indivíduo.

Os adultos com diabetes têm risco de 2 a 4 vezes maior de desenvolverem doença cardiovascular, como infarto do miocárdio e acidente vascular encefálico. É a causa mais comum de amputações de membros inferiores não traumática e de cegueira irreversível. Também é uma causa importante de falência renal e entrada de pacientes em programa de diálise.

A expectativa de vida pode ser reduzida em média de 15 anos para o diabetes tipo 1 e de 5 a 7 anos na tipo 2 quando não bem controlada. Dados apontam para a dramática situação de 1 morte devido ao diabetes a cada 7 segundos.

As lesões do Diabetes como cegueira, amputações, cardiopatias e insuficiência renal são de elevado custo. Elas atingem pessoas com vida produtiva. Isso prejudica a renda familiar e aumenta o desgaste emocional, além de onerar a previdência social e o orçamento da saúde.

 

AÇÕES CONTRA O DIABETES

É preciso intervenções drásticas para o controle dos fatores de risco e para reverter esta tendência de crescimento. Medidas terapêuticas para minimizar os danos à saúde também são imprescindíveis.

Se vê necessário, portanto, investimentos maciços em programas de prevenção  e assistência.

Investimento em programas de prevenção são absolutamente urgentes. Estudos mostram que a cada U$1 dólar investido em prevenção pode-se economizar até U$4 dólares. Vale lembrar também a diminuição  dos custos emocionais impossíveis de serem calculados.

É necessário incentivar a prática de atividades físicas e a orientação à alimentação saudável, inclusive em crianças. Nossos estudos desenvolvidos em escolas de Feira e Santana, mostram que o excesso de peso já atinge 14% das crianças entre 5 e 9 anos. Por entendermos a obesidade infantil como importante preditor da obesidade em adultos eum fator de risco significativo para o desenvolvimento do diabetes, deveríamos começar a prevenção logo cedo.

Não podemos continuar indiferentes diante desta epidemia que continua crescendo em velocidade assustadora. Devemos buscar conscientizar nossas lideranças políticas para a necessidade de intervenções urgentes. Só assim modificaremos o futuro que nos espera se continuarmos passivos, afinal, até 80% dos problemas do DM poderiam ser prevenidos com estas mudanças comportamentais.

A missão é de todos nós!